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18 de março de 2024

Eleições na Rússia

 Existe, apesar de tudo, uma oposição na Rússia ou o senhor do Kremlin exerce um poder intransigente?

Não temos um poder terno na Rússia, nem mesmo uma tradição política terna. Está ligado ao contexto do país. Os russos não esperam do seu poder as mesmas coisas que outras sociedades com uma história – digamos – menos complexa.

Quando falamos de oposição russa no Ocidente, estamos na verdade a falar de oposição pró-Ocidente. Esta oposição existe na Rússia, mas é uma minoria. Além disso, os apelos a boicotes e outras acções anti-eleitorais não tiveram muita ressonância neste fim de semana. Sublinhemos também que o Iabloko, o partido pró-Ocidente autorizado, perdeu muita da força que tinha no início dos anos 90. E isto não é por causa de Putin, mas por causa da evolução geral da sociedade russa.

Nem todos os pró-ocidentais são presos ou liquidados. A repressão visa principalmente aqueles que, aos olhos das autoridades russas, apresentam um risco de interferência estrangeira através dos seus apoiantes. Além disso, existe este partido pró-Ocidente autorizado. Ilustra o debate Leste/Oeste que há muito atormenta a sociedade russa e as suas elites…

O que explica a força deste partido, mais de vinte anos após a queda da União Soviética?

Herança soviética. Certamente existe um anticomunismo muito agressivo na Rússia. Mas ele está em minoria. Na realidade, uma grande parte dos russos não está disposta a pôr em risco a herança soviética que se resume a dois pontos essenciais: a estabilidade do país e uma política social na qual um conjunto de valores penetrou na sociedade. Para muitos, o legado soviético ainda evoca a estabilidade de uma grande potência, de um país que não se sentiu ameaçado, enquanto a Rússia de hoje se sente, sem dúvida, ameaçada. Há também uma consciência do que realmente é o capitalismo, tanto que uma grande parte dos russos quer um Estado social e, portanto, socialista. Mas não estão dispostos a arriscar uma revolução para chegar lá, porque o país passou por demasiadas convulsões para tentar novamente a oportunidade de uma aventura revolucionária.

Vladimir Putin foi reeleito com 87% dos votos. Autoritarismo e propaganda explicam tudo? Ou será que o presidente desfruta de uma base social real e do apoio das elites russas?

A grande capacidade de Putin foi colocar-se na posição de árbitro, como fazem muitos líderes, especialmente na Rússia. Desde que não se pretenda derrubar um sistema por meios radicais – e a maioria da população russa não quer tais convulsões – muitas vezes o papel do chefe de Estado é o de arbitrar as diferentes forças presentes. Putin conseguiu isso plenamente.

Esta não é realmente a impressão que a imprensa ocidental dá da Rússia. Parece mais um país onde todos obedecem aos dedos e aos olhos do novo czar.

O aparelho estatal russo representa, por vezes, tendências muito divergentes e até oposições que poderiam realmente surpreender os observadores ocidentais. Hoje, por exemplo, há uma verdadeira guerra aberta nos meios de comunicação russos entre o director do Banco Nacional e o Ministro da Integração Eurasiática sobre as perspectivas económicas, políticas e estratégicas do país. É difícil imaginar nas nossas “democracias” ocidentais ver funcionários da elite dominante opondo-se abertamente uns aos outros em questões programáticas essenciais. Isto mostra que, na Rússia, uma boa parte da oposição está, na verdade, dentro do campo do governo. Putin é o árbitro entre os dois. Ele não pressionou pela demissão nem do diretor do Banco Nacional nem do Ministro da Integração Eurasiática. É difícil imaginar Macron ou Biden a deixar os seus ministros e os seus funcionários mais graduados lutarem publicamente sobre questões estratégicas essenciais. Putin se coloca como um árbitro no meio do campo de futebol. Ele se fez passar por fiador da estabilidade. E isso explica em parte o seu sucesso. Muitas pessoas com opiniões extremamente diversas apoiam Putin. Na verdade, apoiam aquele que garante a estabilidade do país, esperando que se incline mais para o seu lado.

Exato. Sem nunca ter sido um partido de massas, o Iabloko foi um partido influente nos anos 90. Continua a ser inteiramente pró-ocidental e pró-liberal em todos os sentidos da palavra. Mas ele é menos agressivo em relação ao poder. Funciona como um pequeno partido de oposição que mantém o seu lugar. Este não é o caso dos grupos financiados diretamente ou ligados às potências ocidentais e dos quais falamos muito mais aqui. É surpreendente ver o quanto os nossos meios de comunicação ignoram hoje o Iabloko, apesar de ele ter sido o seu querido nos anos 90. Este partido ainda quer que a Rússia se aproxime do Ocidente. O debate está muito presente. Mas hoje, obviamente, os círculos que apoiam esta posição são muito menos assertivos. Embora não tenham mais o vento nas velas, ainda permanecem bem estabelecidos.

Existem oposições mais consistentes?

O Partido Comunista é a principal força de oposição em termos de mobilização e peso eleitoral. Existem também grupos de esquerda que são muito mais fracos eleitoralmente. Alguns nem sequer concorrem a cargos públicos. Mas têm capacidades de mobilização que são totalmente negligenciadas no Ocidente.

O Partido Comunista, no entanto, continua a ser o único partido político russo estabelecido em todo o território. E é assim que ele compete com o partido no poder. Na verdade, o Rússia Unida, o partido de Putin, depende de uma estrutura ligada à administração estatal. É uma estrutura mais burocrática do que política. O Partido Comunista tem bases sociais em todo o país.

Alguns dizem que o Partido Comunista não é realmente um partido de oposição na Rússia.

Isto é relativamente verdade. É um partido de oposição reformista. Isto é, é colocado dentro da estrutura do sistema. Neste quadro, critica fortemente a realidade social e económica do país. Mas raramente ataca as autoridades e o presidente em particular. Isso não o impede de realizar trabalho de campo e propor um programa alternativo. O que significa que parte da vida política russa está relacionada com o Partido Comunista, mesmo que o seu programa desagrada obviamente às elites dominantes possidentes do país.

De onde lhe veio o dinheiro ?

" Os cartazes do Chega estão em todo o país  tal como os pendões prometendo combater os tachos e a corrupção . As sedes do Chega estão por todo o país .  As barraquinhas do Chega com material de vìdeo estiveram praticamente em todas as feiras que se realizaram neste país durante o tempo de eleições. 

A esmagadora  maioria desta campanha não foi feita com militantes mas por mão de obra paga .

Não faltou dinheiro ao Chega  na campanha eleitoral São conhecidos alguns dos seus principais financiadores tudo gente ligada aos grandes interesses . No conjunto dos seus principais dirigentes e deputados Vários estiveram a contas com a justiça,. E são estes e quem os financia que vão limpar Portugal que vão acabar com a corrupção e com os tachos ...

Hoje tivemos a noticia de  mais um desse partido em quem se pode confiar que vai combater a corrupção e limpar Portugal...

Deputado do Chega constituído arguido por prestar falsas declarações em tribunal
O juiz intimou o deputado Filipe Melo, do Chega, para que entregasse ao tribunal a ata de uma reunião interna do partido, mas o eleito argumentou desconhecer a existência da mesma. O documento reapareceu rubricado a esferográfica por si e o Ministério Público constituiu-o arguido pelo crime de falsidade de depoimento ou declaração . 
È evidente que os Dias Loureiros,  os Arlindos de Carvalho , os Varas , os Oliveiras e Costa , .. o que escondia os euros em caixas de vinho e os tremoços da  indemnização da Senhora que trabalhava na TAP e foi para o governo ajudou e muito a esta intensa  campanha sem escrúpulos da parte  dum Ventura menino querido da CM TV. Mas quem acredita que são estes que vão combater a corrupção está profundamente enganado. Os do Chega não são melhores dos que no Bloco Central meteram a mão na massa pelo andar da carruagem pode se afirmar com certeza que são piores ou iguais . Foicebook de Jorge Afonso "

A extrema-direita exibe-se

 A extrema-direita exibia cartazes em que os impostos que pagamos são para pagar aos corruptos e em que pretendia limpar Portugal. Um milhão de eleitores acreditou nestes absurdos. Não admira, note-se que a CNE prestou um mau serviço ao permitir este género de despolitização e insultos a todos os que honestamente dedicam a sua vida a tentar melhorar o país e a vida das pessoas. Permitir tais insultos é uma forma de despolitização, de cultivar o anticivismo, uma forma expedita de atacar a democracia e o que o 25 de ABRIL representa. Não é de admirar num país em que o ensino e divulgação da Constituição é tabu.

Pois bem os tais agentes de limpeza escandalizam-se por o PSD não os querer no governo, isto é, fazerem parte da corrupção, pois por um lado para a extrema-direita a corrupção começou com o 25 de ABRIL, por outro mesmo com o PS no governo o PSD obtinha impostos do IMI e outras fontes.

Recentemente um “comentador” afirmava que a extrema-direita (o chamado Chega) era democrático. Antidemocrático era o PCP, pelo que tinha feito em 1974-1975. Alguém lembrou o terrorismo praticado pela extrema-direta do ELP e MDLP? Não, nem que o PCP e seus militantes foram as principais vítimas do terrorismo. Claro que não, e é desta forma que a extrema-direita é promovida.
Atualizemos o exemplo da extrema-direita no poder, na Argentina. Milei, o presidente, cancelou a entrada da Argentina no BRICS, esfriou as relações com os dois maiores parceiros comerciais o Brasil e China, alinha o país com os EUA e Israel. Milei, já visitou Israel, chorou no muro, dançou e cantou com colonos, enquanto bombas caíam sobre Gaza e revelou planos para transferir a embaixada para Jerusalém.
Embora o seu projeto de lei geral não ter sido aprovado no Congresso o novo governo da Argentina, pretende abrir as portas a tropas dos EUA, como no Peru e no Equador. Embora a proposta para autorizar a entrada no país de tropas e equipamentos de forças armadas estrangeiras bem como o envio de forças argentinas para o exterior, não tenha sido apresentada ao Congresso Nacional conforme está estabelecido em Lei, isto não impediu que o governo de Milei oferecesse às forças armadas dos EUA um pequeno e suculento acordo: permissão para operar ao longo do trecho argentino do rio Paraná, a mais longa via navegável da América do Sul – algo que Washington vem procurando ativamente há anos.

Mais importante ainda, o acordo permite a presença militar dos EUA ao longo de toda a extensão da rota fluvial mais importante da Argentina, pela qual transitam cerca de 80% de todas as suas exportações agrícolas. Os militares dos EUA já assinaram um acordo semelhante com o governo paraguaio em 2022, concedendo ao seu Corpo de Engenheiros o direito de operar ao longo do trecho paraguaio do Paraná.

Enquanto isto, o que acontece na Argentina é precisamente o contrário das delirantes promessas eleitorais da extrema-direita no poder: a vida piora cada dia, a taxa de inflação oficial é de 276,2% ;  A UNICEF alertou que a pobreza infantil aumentará de 57% para 70% se as condições económicas não mudarem. À medida que os salários reais desmoronam devido à inflação mensal de dois dígitos, salários e pensões estão congelados, os impostos são crescentes, as vendas de quase tudo estão em colapso.

17 de março de 2024

Operações suicidas para efeitos propagandisticos

" Mesmo com a opinião contrária de chefes militares Ucrânianos a clique de Zelensky tem levado a cabo operações militares nas fronteiras da Rússia para aproveitarem o efeito mediático das eleições que são autenticas operações suicidas com perdas de elevadas vidas e destruição de material e sem qulquer efeito militar. 

Nestas operações têm estado elementos dos serviços secretos da Ucrânia mais ligados aos serviços secretos britânicos que têm estado reunidos em Odessa .

A resposta militar russa tem sido arrasadora e agora chega a notícia já confirmada :

" As Forças Armadas da RF lançaram ontem um ataque com mísseis contra um dos balneários de Odessa.  Pelo menos 550 pessoas do Ministério do Interior (“Lyut” e “Tsunami”) foram mortas, incluindo dois generais ucranianos. Oficiais da SBU foram enviados com urgência à região para realizar atividades de contra-espionagem. "

Tmbém a Section de la frontière de l’État de Belgorod, epoddubny rapporte : « Les éclaireurs du groupe de protection des frontières de l’État ont rapidement découvert aujourd’hui l’un des plans qui ont participé au bombardement terroriste de Belgorod. a fait le MLRS « Vampire » et les criminels qui ont tiré directement ont été détruits. La vidéo montre la confirmation de l’attaque par le feu réussie. Une explosion caractéristique des munitions MLRS est visible. Le commandement et l’ensemble du personnel du groupe de protection des frontières de l’État continuent de rechercher tous ceux qui sont impliqués dans les bombardements barbares contre nos civils.

SNS sem crise

1 " E de repente as isentas e santas televisões deixaram de falar das ambulâncias , das maternidades da crise do SNS ... Nem o Correio da Manhã do Crime e do Chega dá noticias das macas nos corredores dos hospitais. Suave milagre " foicebook de José Afonso .

2 " Fala se dos escandalosos lucros da banca e omite - se as escandalosas comissões e os milhões que destes lucros vão  para fora em dividendos pois os patriotas que financiam  a I. Liberal . o Chegae o PSD... mal se apanharam  com as empresas privatizadas venderam as ao estrangeiro ...

E fala se muito pouco dos pornográficos lucros das grandes distribuidoras que são as grandes desnatadeiras de mais valia da agricultura e dos pequenos produtores . Esmagam os produtores e esmifram o consumidor . A Jerónimo Martins . a SONAE ... que o digam ". foice book de Manuel dias


16 de março de 2024

Coisa rara

1 Ver um comentador televisivo dos mais isentos embora alinhado à direita dizer que o enfraquecimento eleitoral da CDU e do PC não  é  uma boa coisa para a democracia pois segundo ele o PC é  o partido mais sério,mais estruturado no mundo do trabalho e das maiores forças organizadas senão a maior da democracia portuguesa , visceralmente antí fascista e acrescentar que a sua votação fruto de erros próprios não é também alheia ao silêncio e deturpação das suas posições na grande comunicação social é  coisa rara. Dizer ainda que nenhum meio de comunicação social andou com esta coligação ao colo, pelo contrário e  que  foi deliberadamente abusivo colar o Putin ao PC que sempre se distanciou deste e sempre se afastou das posições maniqueias na guerra da Ucrânia tendo pago um elevado e injusto preço  é  coisa ainda muito mais rara. 
Depois afirmar que o líder teve muito pouco tempo de se afirmar e que era o menos experimentado já é  do domínio do óbvio mas é  relevante o comentador dizer que o líder foi ainda vítima de alguma arrogância intelectual dos seus pares no comentário.

O problema é  que mesmo os que despindo se de preconceitos conseguem afirmar isto nas próximas  farão  o mesmo." de Daniel Lacerda 

2 Do facebook do GeneralRaúl Cunha: 

" Face a alguns dos comentários ao meu 'post' anterior, vejo-me na contingência de vos escrever o seguinte:

Eu não escondo e nunca escondi que não gosto do “Chega”, sobretudo porque considero o seu líder um vigarista (e o “Chega” é esse líder, que caso desaparecesse logo o partido se esfumaria), desde logo quando o trafulha anunciou que “Deus lhe tinha confiado essa missão” (se calhar também lhe confidenciava umas dicas quando ele lia as cartas junto com a Maya), depois quando grita, esbraceja e mente com quantos dentes tem na boca, quando se vitimiza mas vai anunciando vinganças, quando promete este mundo e o outro sabendo bem que nunca o poderá cumprir, quando se faz rodear e mantém uma ‘corte’ de ladrões (até esmolas das igrejas eles roubam), corruptos (a corrupção moral também conta) e aldrabões (como ele) os quais ele bem podia começar por “limpar” como diz que irá fazer.

15 de março de 2024

 

Bombas sobre Gaza e ajuda humanitária dos Estados Unidos

Os Estados Unidos, que acabam de lançar algumas centenas de milhar de refeições sobre as praias de Gaza a uma população faminta e vão construir uma ilha artificial para desembarcar ajuda humanitária, não podem mascarar a sua responsabilidade. Foram eles que forneceram, e continuam a fornecer, as armas utilizadas pelas FDI para massacrar os civis de gaza e destruir todos os vestígios da sua cultura.

Presidente Biden acolheu afectuosamente Giorgia Meloni na Casa Branca e, depois de ter-lhe agradecido pelo « inabalável apoio da Itália à Ucrânia », conversou com ela sobre a situação em Gaza, onde «a perda de vidas humanas é desoladora». Assim, declarou que, para ajudar a população de Gaza, «efectuaremos lançamentos aéreos de alimentos e suprimentos para a Ucrânia e procuraremos abrir outras vias de acesso na Ucrânia». Um lapso freudiano, deixado no vídeo oficial no “site” do Governo italiano, visualizado por milhares de membros do governo e do parlamento, administradores locais e jornalistas dos grandes média . Evidentemente, seja o que for que o Presidente dos Estados Unidos diga não pode ser posto em dúvida.